«Timor é uma ficção lusófona onde a língua portuguesa navega contra uma geração culturalmente integrada na Indonésia, contra a geografia, contra manipulações políticas internas e contra a sabotagem de várias agências internacionais», escrevia Pedro Rosa Mendes em 2008. Desde a adopção, por decreto, em 2002, do português como língua oficial em Timor que se sabia que a criação de estruturas de ensino da língua naquele país tinha de ser robusta, incisiva e abrangente.
Mas entre o saber e o fazer vai um passo de gigante. O facto de a Presidência de Timor-Leste ter recentemente lançado a sua página Web em inglês e tétum, excluindo o português, é apenas um sintoma da passividade dos demais países lusófonos na promoção do português em Timor.
«A importância do português parece consensual, mas onde levará a política de ensino que está a ser seguida?», perguntava Paulo Moura em 2007. A resposta não é agora difícil de obter.
Entretanto, prevalece a resistência na aplicação do Acordo Ortográfico, apesar de os media e as instituições oficiais portuguesas e brasileiras já terem, em pleno, transitado para a nova ortografia.
Porquê consultar bases de dados informaticamente estruturadas de manifestações espontâneas de produções verbais? Para que servem os corpora da Linguateca ou o Corpus de Referência do Português Contemporâneo, por exemplo? As razões não são difíceis de perceber: trata-se de dados autênticos e abundantes, que não são filtrados em função daquilo que o estudioso quer provar e que potenciam, por isso, a descoberta de novos matizes da língua. Para uma breve introdução à linguística de corpus recomendamos a leitura da dissertação Uso de phrasal verbs na comunicação informal por email: uma análise sob a perspectiva da linguística de corpus.
Em destaque na atualização deste dia: a diferença entre prefixo e pseudoprefixo; composição e recomposição.
Como já foi referido, por razões técnicas, o consultório do Ciberdúvidas volta a estar acessível no dia 5 de março.