Estou muito grato a Carlos Ferreira por discordar de mim, visto que nada aprendo com quem concorda comigo. Com os que discordam aprendo, porque me levam a observar, pensar, não raro a estudar e a aprender. Bem haja, pois.
Vejamos, então:
1. – Fotinho – Em Portugal, é muito frequente o vocábulo foto, mas do género feminino, visto que se trata da redução do vocábulo fotografia. Se dizemos uma foto, esta foto, que linda foto!, etc. dir-se-á o diminutivo uma fotinha, esta fotinha, etc. Se no Brasil dizem um fotinho, não sei, visto não ser a minha especialidade o português do Brasil. Não vejo, pois, onde está a falta de lógica no meu esclarecimento anterior.
Dizemos a Filó, redução do nome próprio Filomena. E de Filó, temos o diminutivo Filozinha. O mesmo se dá com outras palavras femininas terminadas em o: acrescentamos sempre um sufixo feminino.
2. – Não. Não há falha na analogia entre «fotinho», «cadeirinho» e «florinho». Isto é, tal como em Portugal ninguém diz uma «cadeirinho» nem uma «florinho», também nunca ouvi dizer a ninguém uma «fotinho». Já está esclarecido, já?
3. – Quanto a «mota», não «foi assim que me ensinaram na escola primária». Era somente assim que eu ouvia dizer antigamente. E ainda há muita gente que o diz. E compreende-se, porque a terminação em -o é própria do masculino – digo própria, não digo só.
4. – Quanto a foto, não se diga que «pode ser que sim», que provenha «da redução de fotografia». É que provém mesmo. Os próprios dicionários o dizem, entre eles o dicionário Aurélio, assim como os dicionários portugueses.
5. – Quanto ao emprego de «fotinho», os Brasileiros lá sabem porquê, quer digam um fotinho, quer uma fotinho.