Há uma hipótese a respeito desta característica do Português do Brasil. Essa hipótese diz que, na verdade, o Português médio – levado para o Brasil pelos descobridores portugueses – tinha essa característica, ou seja, tinha a palatalização de algumas consoantes devido à presença do i, uma vogal palatal. Esse fenómeno, aliás, só ocorre quando uma consoante oclusiva coronal (/t/ ou /d/) é seguida de i. Dia passa a “djia”, tia passa a “tchia”, e por aí fora... uma consoante oclusiva passa a consoante africada, para melhor explicar...
Esta podia ser uma característica do Português médio que se foi perdendo no Português europeu, mantendo-se no Português do Brasil. Porém, não havendo instrumentos capazes de gravar o som naquela época, esta explicação mantém-se no campo das hipóteses.
O que é facto é que este fenómeno (a palatalização consonântica pela proximidade do i) é muito frequente na variação linguística diacrónica e sincrónica.